INTERPRETAÇÃO MUSICAL E A FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE NÍVEL TÉCNICO EM REGÊNCIA SOB A PERSPECTIVA TECNO-ESTÉTICA

Resumo

A pesquisa nasce a partir da observação da pouca expressividade musical em parte dos alunos do curso Técnico em Regência da Etec de Artes – Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza. Diante deste cenário, este artigo pretende discutir a relevância do desenvolvimento de interpretação musical na formação técnica em Regência a partir da compreensão das dimensões técnicas e estéticas desenvolvidas. Procura-se possibilitar o diálogo dessas reflexões com o conceito de tecno-estética de Gilbert Simondon. A pesquisa possui um caráter exploratório em que será feito, além de uma revisão bibliográfica, uma análise documental sobre a interpretação, criação e expressividade musical nas publicações e documentos oficiais que descrevem e discutem o perfil do profissional técnico em regência. Ao cruzar os dados obtidos com o conceito de tecno-estética, busca-se compreender como a formação técnica em regência pode ser enriquecida por uma perspectiva que valorize a interação entre técnica e estética. O estudo mostra que os diversos documentos de âmbito nacional e local fomentam o desenvolvimento da interpretação e inventividade na produção e divulgação de projetos artísticos. Porém, embora os documentos oficiais enfatizem a importância da interpretação e da criação, há um descompasso entre o discurso normativo e a prática pedagógica, o que pode contribuir para a limitada expressividade observada nos alunos. Ao evidenciar a importância da criatividade e da experimentação na formação do regente, a pesquisa contribui para o debate sobre a formação de músicos mais autossuficientes e reflexivos. Como conclusão, observamos que a educação musical profissionalizante deve ir além da técnica, estimulando a criatividade e a busca por novas sonoridades, enfatizando uma abordagem tecno-estética.